sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DICAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL (exercícios)



DICAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL:
01. Ler todo o texto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
03. Ler o texto pelo menos umas três vezes;
04. Ler com perspicácia, sutileza;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
10. Marcar a resposta correta apenas quando for entregar a avaliação.


Vamos aos exercícios então.
TEXTO XX
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito  mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)

1) Pode-se afirmar, com base nas idéias do autor-personagem, que se trata:
a) de um texto jornalístico
b) de um texto religioso
c) de um texto científico
d) de um texto autobiográfico
e) de um texto teatral

2) Para o autor-personagem, é menos comum:
a) começar um livro por seu nascimento.
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte.
c) começar um livro por sua morte.
d) não começar um livro por sua morte.
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte.

3) Deduz-se do texto que o autor-personagem:
a) está morrendo.
b) já morreu.
c) não quer morrer.
d) não vai morrer.
e) renasceu.

4) A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos:
a) escreveram livros.
b) se preocupam com a vida e a morte.
c) não foram compreendidos.
d) valorizam a morte.
e) falam sobre suas mortes.

5) A diferença capital entre o autor e Moisés é que:
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida.
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso.
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte.
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte.
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés.

6) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco:
a) não fala da morte de Moisés.
b) foi lido pelo autor do texto.
c) foi escrito por Moisés.
d) só fala da vida de Moisés.
e) serviu de modelo ao autor do texto.

7) Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para: 
a) introito 
b) princípio 
c) cabo 
d) berço 
e) fim

8) Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua):
a) conformismo diante da morte ;
b) tristeza por se sentir morto
c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação
d) otimismo quanto ao futuro literário
e) atividade apesar de estar morto

TEXTO XXI
Segunda maior produtora mundial de embalagem longa  vida, a SIG Combibloc, principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do grupo, chegou ao país há dois anos disposta 5 a brigar com a líder global, Tetrapak, que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de atomatado Malloa, no Chile, e a 10 italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99)
9) Segundo o texto, a SIG Combibloc:
a) produz menos embalagem que a Tetrapak.
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul.
c) possui oito clientes no Brasil.
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil.
e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país.

10) Segundo o texto:
a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul.
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado.
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2° lugar mundial na produção de embalagem longa vida.
d) a Unilever é empresa chilena.
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo.

11) Os estudos apontam para o Sul porque:
a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida.
b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul.
c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v.
d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc.
e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora.

12) “...que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado.” (/. 5-6) Das alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original é:
a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado.
b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado.
c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados.
d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado.
e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado.

13) “...e apontam para o Sul do país...” O trecho destacado só não pode ser entendido, no texto, como:
a) e indicam o Sul do pai
b) e recomendam o Sul do país
c) e incluem o Sul do país
d) e aconselham o Sul do país
e) e sugerem o Sul do país
TEXTO XXII
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na  pesca,  em  determinados  ofícios 5 mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
14) Segundo o autor, os antigos moradores da terra:
a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.
b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca.
c) não gostavam de atividades rotineiras.
d) não colaboraram com a indústria extrativa.
e) levavam uma vida sedentária.

15) “Trabalho acurado” (l. 6) é o mesmo que:
a) trabalho apressado
b) trabalho aprimorado
c) trabalho lento
d) trabalho especial
e) trabalho duro

16) Na expressão “tendência espontânea” (/. 7), temos uma(a): 
a) ambiguidade 
b) cacofonia 
c) neologismo 
d) redundância 
e) arcaísmo

17) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses
b) os negros
c) os índios
d) tanto os índios quanto os negros
e) a miscigenação de portugueses e índios

18) Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito (a):
a) disposição
b) responsabilidade
c) inteligência
d) paciência
e) orgulho 
TEXTO XXIII
Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não conseguiram as bandeiras realizar jamais a façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro. Enquanto que aquelas, no desbravar, sacrificavam indígenas aos milhares, despovoando  sem  fixarem-se,  estes  foram 5 pontilhando de currais os desertos trilhados, catequizando o nativo para seus misteres, detendo-se, enraizando-se. No primeiro caso era o ir e voltar; no segundo, era o ir-e-ficar. E assim foi o curral precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e o lavrador, realizando uma obra de conquista dos altos sertões, exclusive a pioneira. (José Alípio Goulart, in Brasil do Boi)
19) Segundo o texto:
a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo vaqueiro.
b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram.
c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos.
d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras abriram o caminho.
e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram fazer.

20) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que:
a) desbravaram
b) mataram
c) catequizaram
d) despovoaram
e) não se fixaram

21) Os índios foram:
a) maltratados
b) aviltados
c) expulsos
d) presos
e) massacrados

22) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e o
boi e o vaqueiro é:
a) aquelas (/. 3) / estes (/. 4)
b) ir-e-voltar (/. 6/7) / ir-e-ficar (/. 7)
c) no primeiro caso (/. 6) / no segundo (/. 7)
d) enquanto (/. 3) / e assim [1.7)
e) despovoando (/. 4) / pontilhando (/. 5)

23) “...catequizando o nativo para seus misteres...” Das alterações feitas na 
passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é: 
a) doutrinando o indígena para seus misteres 
b) catequizando o aborígine para suas atividades 
c) evangelizando o nativo para seus ofícios 
d) doutrinando o nativo para seus cuidados 
e) catequizando o autóctone para suas tarefas

24) O elemento conector que pode substituir a preposição com (/. 1),
mantendo o sentido e a coesão textual, é:
a) mesmo
b) não obstante
c) de
d) a respeito de
e) graças a

25) “...o aparato de suas hordas guerreiras...” sugere que as conquistas dos
bandeirantes ocorreram com:
a) organização e violência
b) rapidez e violência
c) técnica e profundidade
d) premeditação e segurança
e) demonstrações de racismo e violência
TEXTO XXIV
Você se lembra da Casas da Banha? Pois é, uma pesquisa mostra que mais de 60% dos cariocas ainda se recordam daquela que foi uma das maiores redes de supermercados do país, com 224 lojas e 20.000 funcionários, desaparecida no início dos anos 90. Por isso, seus antigos 5 donos, a família Velloso, decidiram ressuscitá-la. Desta vez, porém, apenas virtualmente. Os Velloso fizeram um acordo com a GW.Commerce, de Belo Horizonte, empresa que desenvolve programas para supermercados virtuais. Em troca de uma remuneração sobre o faturamento, A GW gerenciará as vendas para a família Velloso. A família cuidará apenas das 10 compras e das entregas. (José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
26) Segundo o texto, a família Velloso resolveu ressuscitar as Casas da
Banha porque:
a) a rede teve 224 lojas e 20.000 funcionários.
b) a rede foi desativada no início dos anos 90.
c) uma empresa do ramo de programas para supermercados propôs um acordo
vantajoso, em que a rede só entraria com as compras e as entregas.
d) mais da metade dos cariocas não esqueceram as Casas da Banha.
e) a rede funcionará apenas virtualmente.

27) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é:
a) Você (/. 1) . ,.. . b)
desaparecida (/. 4)
c) Por isso (/. 4)
d) Desta vez (/. 5)
e) acordo {l. 6)

28) “Desta vez, porém, apenas virtualmente.”
Com a passagem destacada acima, entende-se que as Casas da Banha:
a) funcionarão virtualmente, ou seja, sem fins lucrativos.
b) não venderão produtos de supermercado.
c) estão associando-se a uma empresa de informática.
d) estão mudando de ramo.
e) não venderão mais seus produtos em lojas.

29) O pronome “Ia” (/. 5) não pode ser, semanticamente, associado a:
a) Casas da Banha (/. 1)
b) pesquisa (/. 1)
c) daquela (/. 2)
d) uma (/. 3)
e) desaparecida (/. 4) 

TEXTO XXV
A fábrica brasileira da General Motors em Gravataí, no Rio Grande do Sul, será usada como piloto para a implementação do novo modelo de negócios que está sendo desenhado mundialmente pela montadora. A meta   da   GM    é    transformar-se    numa    companhia    totalmente 5 voltada para o comércio eletrônico. A partir do ano 2000, a Internet passará a nortear todos os negócios do grupo, envolvendo desde os fornecedores de autopeças até o consumidor final. “A planta de Gravataí representa a imagem do futuro para toda a GM”, afirma Mark Hogan, ex-presidente da filial brasileira e responsável pela nova
divisão e-GM. (Lidia Rebouças, na Exame, dez./99)
30) Segundo o texto:
a) a GM é uma empresa brasileira instalada em Gravataí.
b) a montadora fez da fábrica brasileira de Gravataí um modelo para todas as outras fábricas espalhadas pelo mundo.
c) no Rio Grande do Sul, a GM implementará um modelo de fábrica semelhante ao que está sendo criado em outras partes do mundo.
d) a fábrica brasileira da GM vinha sendo usada de  acordo com o modelo mundial, mas a montadora pretende alterar esse quadro.
e) a GM vai utilizar a fábrica do Rio Grande do Sul como um protótipo do que será feito em termos mundiais.

31) A opção que contraria as idéias contidas no texto é:
a) A GM vai modificar, a partir de 2000, a forma de fazer negócios.
b) Será grande a importância da Internet nos negócios da GM.
c) O consumidor final só poderá, a partir de 2000, negociar pela Internet.
d) O comércio eletrônico está nos planos da GM para o ano 2000.
e) A fábrica brasileira é considerada padrão pelo seu ex-presidente.

32)Deduz-se, pelo texto, que a fábrica brasileira:
a) será norteada pela Internet.
b) terá seu funcionamento modificado para adaptar-se às necessidades do mercado.
c) será transferida para Gravataí.
d) estará, a partir de 2000, parcialmente voltada para o comércio eletrônico.
e) seguirá no mesmo ritmo de outras empresas da GM atualmente funcionando no mundo.

33) Por “implementação” (/. 2), pode-se entender:
a) complementação
b) suplementação
c) exposição
d) realização
e) facilitação

34) Segundo as idéias contidas no texto, a transformação que se propõe a GM: 
a) não tem apoio dos fornecedores. 
b) tem apoio do consumidor final. 
c) tem prazo estabelecido. 
d) é inexequível. 
e) não tem lugar marcado. 
GABARITO: 1- d  2-c  3- b  4- e  5- d  6- c  7- d 8- e 9- e 10- e 11- b  12- c 13- c 14- c 15- b  16- d  17- c 18- b  19- e  20- c  21- e  22- d  23- d  24- b  25- a  26- d  27- c 28- e 29- b  30- e 31- c 32- a  33- d  34- c

Português para concursos



INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:

Informativa e de reconhecimento;

Interpretativa.

A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo.

A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada.

Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor.

ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL


Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.

Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:

Declaração inicial;

Definição;

Divisão;

Alusão histórica.

Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda.

Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida.

Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.

OS TIPOS DE TEXTO


Basicamente existem três tipos de texto:

Texto narrativo;

Texto descritivo;

Texto dissertativo.

Cada um desses textos possui características próprias de construção.

DESCRIÇÃO


Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.

O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos linguísticos  tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.

Há duas descrições:

Descrição denotativa

Descrição conotativa.

DESCRIÇÃO DENOTATIVA


Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.

Exemplo:

Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.

No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.

DESCRIÇÃO CONOTATIVA


Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.

Exemplo:

João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.

Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.

NARRAÇÃO


Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos.

A narração  difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo.

O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:

Quem participa nos acontecimentos? (personagens);

O que acontece? (enredo);

Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).

Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:

O quê? - Fato narrado;

Quem? – personagem principal e o anti-herói;

Como? – o modo que os fatos aconteceram;

Quando? – o tempo dos acontecimentos;

Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;

Por quê? – a razão, motivo do fato;

Por isso: - a conseqüência dos fatos.

No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens.

Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.

A seguir um exemplo de texto narrativo:

Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.

(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)

A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos  discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.

Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.

Exemplo:

Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:

- Compadre por que tanta tristeza?

Ele me respondeu:

- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.

Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?

Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.

Exemplo:

O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.

O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time.

Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.

Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.

FORMAS DE DISCURSO


Discurso direto;

Discurso indireto;

Discurso indireto livre.

DISCURSO DIRETO


É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.

Podemos enumerar algumas características do discurso direto:

- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;

- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.

Exemplo:

O juiz disse:

- O réu é inocente.

DISCURSO INDIRETO


É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.

No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.

Exemplo:

O juiz disse que o réu era inocente.

DISCURSO INDIRETO LIVRE


É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.

Exemplo:

Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).